De repente a força do desamparo
Acendem teus gritos na imensidão
Teu rosto se espelha no mero acaso
O sol desapruma nas tuas mãos
E a mente pobre descobre
Que os sinos não dobram por ninguém
E a tua fronte se esconde
Num nada que voa longe
De repente a vida se mostra dura
Sem te pertencer, sem se iludir
Sem alinhamento, sem tessitura
Sem estrada, sem ter onde cair
Teus fins são vãos e escorrem
Ligeiramente escassos
E os teus sentidos explodem
Liturgicamente pálidos