Agora é a descarada confisso para o álbum que se avizinha: o senhor do lo-fi nacional, excelentíssimo Tiago Guillul, converte-se finalmente a um estúdio profissional, a um disco de produo delicada e a um plantel de convidados que até inclui Rui Reininho e Joo Só. No bastasse, Guillul deixa finalmente de lado o universo do Punk para apresentar uma rendio quase humilhante aos terrenos Indie; mas Indie daquele à cara podre, com samples de discos antigos e muita guitarrada à là Vampire Weekend.Tem soado mau até agora? Pois no é mau. Um estúdio profissional nunca fez mal a ninguém, gente como o Rui Reininho sabe o que faz e o Indie é do que a malta gosta. Infelizmente, V, falha, contudo, em ser também esse grande disco que pode aparentar pelas suas características. No final dos 37 minutos de escuta, encontramos sim, um dos melhores álbuns nacionais do ano até agora, mas também um disco que falha em superar o seu antecessor, apesar de todas estas diferenas que o Amstad já fez questo de referir.O problema encontra-se no facto de Tiago, agora uma figura de conhecimento máximo nos cultores musicais portugueses e no só (2008 ofereceu ao artista até algum tempo de antena na MTV!), ter essa vontade to própria de quem era um zé-ninguém e agora é um grande músico de querer empilhar tudo no mesmo disco. Acabámos portanto confusos em algumas alturas; a variedade de acontecimentos deste V é tanta que damos por nós a ser surpreendidos com um coro de homens fortes quando ainda divagámos sobre a voz feminina de Cano Para o Dr. Soares. Mas isto, claro, é algo que as futuras audies podero corrigir.Individualizemos, agora: o álbum apresenta-nos logo no comeo essa bombinha pop, muito bem lavadinha e até de guitarra acústica metida, que é So Sete Voltas P'rá Muralha Cair. A Febre em 1993 tem aqueles tais samples antigos de que falei há pouco e acaba por ser um daqueles momentos adoráveis, a terminar num êxtase de palmas (a Florcaveira é aliás, a única editora do mundo que ainda no sintetiza as palmas e as cria, efectivamente, com as mos). Nabucodonosor tem um nome que ainda no entendi e mete o tal vocalista dos GNR; Cano Para o Dr. Soares é dos melhores momentos do disco e tem uma letra que em 3 minutos e pouco consegue explorar assuntos to vastos como a religio e a política.As 3 canes que se seguem partem num delírio roqueiro que toma por vezes as tais incurses vampire-weekendescas pelas famosas guitarras jamaicanas. Nessa altura chega O Meu Carcereiro, que pronto, é daquelas canes que so to boas, to doces e to originais que um gajo chega a sentir-se inútil perante a maravilha que escuta; esta cano vale um disco e mete guitarras acústicas e um coro de criancinhas. Segue-se a Cano Para a Maria No Furar As Orelhas, cantada juntamente com aquele gordinho simpático dos Joo Só & Abandonados e, é, pronto, mais um rebuadinho pop\u002Frock muito docinho, só que com uma letra daquelas que o Tiago já no fazia destes os tempos d'A Isabel é Intelectual.A última faixa, só para finalizar, é uma espécie de variao de cano de igreja mas isso no é nada novo quando os nomes Guillul, Florcaveira e Cabelo esto ao barulho.